A relação atleta e treinador

Quão importante é?

A  relação entre treinador e atleta é vista como algo fundamental para um trabalho desportivo funcional e respeitoso, no sentido em que tudo seja cumprido e a caminhada seja saudável e inesquecível para ambos os lados.

O treinador e o atleta devem ter presentes 4 aspetos fundamentais: Proximidade; Compromisso; Complementaridade; Coorientação.

O Treinador, para desenvolver a Proximidade com os seus atletas, deve ter conversas com o/os atleta/as fora do contexto desportivo, possuindo convivências extra jogo e treino com o/os atleta/as, criando  relações fortes e mais afetivas, que se transformarão numa melhor performance dos atletas dentro do campo, numa boa comunicação de parte a parte e numa confiança maior nos atletas por parte do treinador. Promover jantares e brincadeiras entre equipa e staff técnico, faz parte do conjunto de ideias a aplicar, de forma a desenvolver os relacionamentos nesse sentido, melhorando e aprimorando relações entre ambos os indivíduos. 

Após concluída a tarefa de melhorar relações é necessário discutir objetivos, ideias e estratégias do treinador, uma vez que estas irão ser aceites e executadas de forma mais eficiente, por conta não só da qualidade de cada atleta, mas também pela influência das diferentes relações que possa possuir com cada um. Dar a crer aos atletas que os objetivos em mente por parte do staff, pode fazer com que estes criem laços mais intensos entre si, unindo todo o grupo de trabalho, o que irá ser benéfico em inúmeras facetas, e fazê-los comprometerem-se com a atividade que escolheram praticar. Assim, quanto melhor for a conexão entre todos, melhor vai ser o ambiente de trabalho e, consequentemente, o resultado final.

A relação de ambos é uma relação de complementaridade, já que necessitam um do outro para alcançarem bons resultados. O treinador deve coorientar a sua equipa, isto é, fazer com que o atleta perceba aquilo em que errou e, de seguida, emitir feedbacks, para que este consiga corrigir o seu erro e aprenda com ele. 

Na situação de treinar atletas mais jovens, será necessário cuidado não só na maneira como abordamos o erro, mas também na forma como se realiza a abordagem ao grupo de trabalho, fomentando o espírito de grupo e mostrando que qualquer atleta é importante e está bem integrado no plantel, independentemente das suas escolhas nos momentos de jogo. Embora estes sejam jovens e tenham alguma dependência em vários momentos, deve-se estimulá-los ao ponto de não ficarem dependentes do treinador, ou da sua aprovação, uma vez que isso, no futuro, poderá tirar ao atleta o gosto pelo desporto e a criatividade necessária à prática da sua modalidade, que costuma diferenciar uns jogadores dos outros. 

Já no caso de se treinar atletas com mais idade, o treinador necessita na mesma de saber motivar e de estimular independência ao atleta, mas, ao contrário da abordagem que teria com as crianças, deve ser verdadeiro e frontal, no que toca aos seus pensamentos e conselhos, mesmo que isso possa, de certa forma, desagradar o atleta (tendo sempre cuidado para que isso não aconteça). Comportamentos como estes são positivos, quando usados no momento correto, na medida em que, com atletas que já não estarão em constante evolução, será um método de promover melhorias nos mesmos, visto que esses feedbacks são úteis para apontar as lacunas do atleta, motivando-o a trabalhar sobre elas e promovendo o seu aprimoramento constante em certas vertentes, evitando a sua estagnação.

Bibliografia:

Mata, R. T., & Gomes, A. R. (2016). Relação treinador-atleta: Teoria, investigação e intervenção. In: Relações Interpessoais, Concepções e Contextos de Intervenção e Avaliação, Vetor Editora. https://hdl.handle.net/1822/43026